quinta-feira, 17 de abril de 2008

E a gente corre (e a gente corre) na BR-3...


"Um povo bunda escolhe seus representantes nas coxas".
André Dahmer

Um Cachorro Bravo escreve:

Lembrei hoje de um filme chamado E agora, meu amor? (Fools Rush In, 1996) que tinha como protagonistas a Salma Hayek e o Mattew Perry. É uma comédia romântica que conta a história de Alex, um executivo branco, presbiteriano e americano que engravida Isabel, uma fotógrafa hispânica, católica e mexicana. Ficou na minha memória uma frase dita pelo pai do Alex ao pai da Isabel durante uma discussão:

-Enquanto os meus pais lutavam para construir esta nação, os seus antepassados estavam comendo guacamole no deserto!

Embora deva-se fazer observações quanto ao preconceito demonstrado pelo personagem, de fato, o que ele disse pode ser muito bem aplicado a nós, cucarachas latino-americanos.
Geralmente eu odeio quando fazem esse tipo de insinuação, mas acontece que a situação em que eu me encontrava quando lembrei do filme obrigatoriamente me fazia sentir como um grande banana. Sozinho no carro eu ouvia a Voz do Brasil, completamente estático, enquanto enfrentava o meu terceiro engarrafamento desde que sai do trabalho.
Pela manhã, no noticiário, eu vi o Alexandre Garcia enumerando as causas do grande número de acidentes e engarrafamentos no Distrito Federal nos últimos tempos:

1º As estradas que não são estradas de verdade. São um asfaltinho de nada. (palavras do Alexandre Garcia, não minhas).

2º O aumento do número de veículos no DF, já que os financiamentos estão cada vez mais acessíveis.

3º A imperícia dos motoristas, que não sabem usar o pisca-alerta, a luz alta e nem as setas.

Tá legal. Eu concordo com a primeira e com a terceira. Mas acho um absurdo a segunda.
Então a turma do Domo de Vidro imaginou que a pobretada nunca ia conseguir aumentar a renda o suficiente para tomarem posse das vias públicas (vejam bem, públicas) fora das latas de sardinha que chamam de transporte coletivo?
Mas a idéia não era fazer crescer o bolo pra depois dividir?
Agora que começaram a dividir a porra do bolo querem culpar quem acabou de ganhar o pedaço menor e mais ralo pelas mazelas e falta de infra-estrutura do trânsito?
E justo agora que a pobretada consegue comprar um aparelho de DVD pra assistir o Piratas do Caribe pirata no conforto do barraco, um habitante do Domo de Vidro que é presidente do Banco Central decide aumentar a taxa básica de juros pra frear o consumo?

Pára que eu quero descer!

* Continuo esse post depois que eu acertar a foto da Hebe Camargo com o meu dardo que fica na porta e assim aplacar a minha raiva desse povo gracinha.


5 comentários:

Anônimo disse...

mas não é só pobre que faz financiamento, thiago.

e ele falar isso não quer dizer q ele concorde ou não, só está dizendo o que ele acredita que acontece. mas eu ainda acho q as pessoas q mais fazem financiamento são a classe-média.
ignorância minha.

eu acrescentaria um ponto que seria: o governo federal junto do gov. distrital não estão fazendo um metrô decente. se o metrô daqui fosse perto, como o de S.P. quando andei lá.. eu andaria de metrô. é tão mais rápido, mais barato.. nao tem q ficar procurando vaga.. só q brasilia é uma cidade pequena.. e isso complica.

mais um ponto é que atualmente a população (incluindo eu) anda sozinha nos carros. jajá brasília será das bicicletas.. é, acho q vou tirar minha carteira tipo A.

fica com Deus, bom fds.

Paskyn disse...

Meu cumpadi, pra mim imparcialidade no jornalismo brasileiro é uma idéia tão fantasiosa quanto o Papai Noel.
De fato, a frota de veículos no DF aumentou pra caralho e o que eu critico é que não tenham previsto isso. Numa cidade onde o transporte público é vergonhoso e o metrô, como você bem disse, tá sendo feito da maneira errada, pelo menos o fluxo do trânsito devia ter sido pensado melhor.
Usando a nossa comparação clichê-mór, os Estados Unidos.
A frota de lá é muito maior do que a daqui e o americano médio troca de carro praticamente todo ano. Ainda assim os engarrafamentos não são tão frequentes. Quer dizer, minto, há engarrafamentos sim, mas apenas numa das faixas de circulação. Quer saber qual? A que é destinada ao motorista que circula sem passageiros, por que existe uma faixa exclusiva para motoristas que viajam sozinhos e outra para motoristas acompanhados. É de planejamento que eu tô falando. Falta de planejamento devia ter sido a segunda razão apontada pelo Alexandre Garcia.

Paskyn disse...

E bom fim de semana procê também meu garoto.

Anônimo disse...

Não aguento mais esse trânsito!!!!!!!

Paskyn disse...

Eu não aguento mais é a Hebe. Um cabeção desse tamanho e eu não consigo acertar. Vou trocar pela foto da Eurides Brito.