segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Decidir-se pelas/com/contra as situações?

Somos, em certo sentido, seres “extasiantes”, isto é, envolvemos ‘algo’ para lá da imediatidade individual (pessoal). Ora, tal longínquo algo não parece sugerir senão uma extensibilidade do ‘ser’? Esse algo é-nos inteligível? Desta sorte, as manifestações do homem – por exemplo, ciência, filosofia, religião, mitologia, arte, poesia -, esgotam o ‘humano’?
Deparamo-nos, de início, com uma “proposição constatável”, a saber: somos situados. Nascemos em uma determinada pátria, ou seja, estamos, manifestamente, circunscritos a um modo de ‘ser’. Vejamos, nascer, de certo modo, é ser “lançado” [à luz do mundo]. Ora, a vontade, de quem é “lançado”, está totalmente alheia a tal fato; ao sermos lançados estamos sujeitos a uma série de circunstâncias, por exemplo, ser de tal sexo, ter uma certa cor, nascer em determinado lugar, em geral, ter uma família, uma língua materna etc.
Ademais, como situados, devemos nos resignar e aceitar os fatos? Contrariamente a uma pronta resposta afirmativa, notemos uma característica inalienável do ser humano, qual seja, a decidibilidade, isto é, diante das veredas da vida, devemos, irremediavelmente, decidir-se; esta ou aquela ‘direção’?
Ora bem, não nos enganemos, é em instante de decisão, diante de situações várias que vemo-nos em volta com o pensamento; pois, apesar dos impulsos, diferenciamo-nos dos outros animais pela capacidade reflexiva. Aqui temos o despertar consciencioso, o suplante duma “presença frenética”.
→ o resto está por vir.

Um comentário:

Paskyn disse...

É engraçado que raramente paramos pra pensar qual é o nosso lugar no mundo. A consequência imediata é que os outros acabem por decidir isso por nós. Voluntariamente nos passivizamos.