quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Os mesmos enganos/ A vaidade da vida

Um Cachorro Bravo escreve:
Em 2008 o País deveria ter comemorado o centenário da morte de Machado de Assis.
Sem sombra de dúvida o maior nome da Literatura Brasileira.
Escrevo essas palavras sem recorrer ao Google. Acreditem em minha honestidade.
Machado de Assis foi um brasileiro emblemático. Um brasileiro de fato. Mestiço.
Eu li alguns dos seus livros. O famoso Dom Casmurro foi o primeiro. Também li Esaú e Jacó, Quincas Borba e Memórias Póstumas de Brás Cubas. Todos eles envolventes. Intrigantes.
É realmente uma pena que os brasileiros não tenham celebrado o Centenário com as honrarias devidas. Não é meu costume assistir televisão aos sábados, mas, num desses dias, visitando um amigo, vi a homenagem que o Luciano Huck e o seu Caldeirão prestaram ao fundador da Academia Brasileira de Letras. Três pessoas dançavam à la Dança do Quadrado, com um saco de pano e um machado de lenhador nas mãos, uma singela canção de conteúdo expressivo:

-Faz cem anos que o Machado foi pro saco.

Interrompendo em parte o lamento pela falta de senso da televisão brasileira, eu relembro um conto do Machado de Assis que sempre ficou marcado na minha memória. Chama-se Noite de Almirante. Narra a desventura de um marinheiro chamado Deolindo, apelidado de Venta Grande. Após algum tempo viajando num navio mercante ele está pronto para rever sua amada Genoveva. Trazia no bolso um par de brincos que comprara em um dos países que visitou. Era um presente para a namorada. Os companheiros de embarcação, sentindo a felicidade e ansiedade de Deolindo por reencontrar sua paixão, diziam que o marinheiro teria uma noite de almirante. Acontece que, quando ele finalmente encontra a moça, ela está de romance com um mascate.
Ele não entende.
Meses antes ela havia lhe jurado amor. Ele também. Disse que só entraria no navio pela promessa (e certeza) de reencontrá-la e ficar com ela no final.
Ela, por sua vez, se saiu com uma verdade que eu, particularmente, passei a usar como justificativa para muitas das minhas ações. A namorada, a Genoveva, disse a ele que quando ela jurou amor, era verdade. Era sincero. E agora que ela dizia que amava o mascate, também era verdade. Era sincero.
Eu lembrei desse conto por causa de uma pessoa. Eu sei que ela vai ler essa crônica. E eu espero que ela me perdoe.

2 comentários:

Unknown disse...

se for eu quem vc acha que precisa te perdoar, não precisa.
te amo neguinho!

Lobinho disse...

Se deu bem Nego!
Lasca um beijo na Deni, caso ainda não tenha o feito.