sexta-feira, 12 de outubro de 2007

o dúbio

Às vezes sinto ravia, ódio, nojo dessa nação brasileira que só quer ganhar vantagem sobre os outros, deixa tudo pra cima da hora, fura filas e acredita ser diferente de seus governantes, sem enxergar que o governo é apenas um reflexo da população brasileira. Pra tudo existe o jeitinho brasileiro. Walt Disney conseguiu enxergar esse brasileiro safado e sem-vergonha no pouco tempo que passou por aqui, criando o personagem Zé Carioca.

Essa nação corrupta e babaca que se aproveita dos (poucos) benefícios presentes em certos setores. É imprimindo apostilas inteiras no trabalho do pai (eu faço isso!), abuso na gasolina que a empresa reembouça, os 50 conto pro guarda, a sonegação de impostos, a falsa doença pra cobrir o feriadão. É esse brasileiro que abusa do irmão, e ama saber de algo 'de graça'.

Porque ninguem SE vê como um babaca aproveitador. Porque no Brasil, o meu pequeno abuso é normal. Os governantes que podem agir numa amplitude maior, que deveriam segurar a bola/freiar um pouco.

Essa nação fedorenta que reza na ilusão de um falso-moralismo-cristão, que ao pisar fora da Igreja, fecha o outro no trânsito e "taca um foda-se" (eu via isso, no estacionamento da Igreja que frequentava, todo o domingo).

Hoje em dia tudo é assim, é padre xingando criança em batizado, criança que não respeita os pais, esses que não dão limites aos filhos. E a união só existe na dispensa (o açucar) e durante a copa. E na copa todo mundo é amigo, todo mundo se ama e nada vai dar errado porque é A COPA. Até o Brasil perder e sair da copa, ai você fica triste, vê umas pessoas chorando e ri da cara delas.

Fodam-se brasileiros nojentos e podres que acreditam estar fazendo sua parte, não fazendo nada. Ou que pensam que também são vítimas desse ambiente. Mas sabe-se que somos tanto passivos como ativos nele (Skinner, 1963).
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(O bem-estar é aum ilusão à qual eu quero estar vivendo pra sempre).

Só quero que você consciente, fazendo merda, mas não se retirando da cesta de laranja podre. E que você não perca o sono por isso, viu?

Às vezes eu acredito no futuro, tenho vontade mesmo de abraçar um desconhecido. Dar bom dia na rua e ser retribuído. Mas a sociedade não é essa que vejo nas minhas histórias em quadrinho. Dos sonhos que deixo aqui.
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O honesto é o que mais sofre hoje em dia com poucas opções.

Queria mesmo dar um bom dia na rua para o desconhecido. Eu já implantei isso para os porteiros da faculdade e pros motoristas de ônibus. Mas não julgo os que não respondem.
Sei lá.

Existem muitos idealistas... Como eu poderia mudar meus conceitos, como eles, com essa sociedade que tem medo?

Mas com a violência hoje em dia... tá difícil.
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pra complementar, essa comunidade.
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=21578938
(link por Breno)

3 comentários:

Petrônio Veludo de Carvalho disse...

E se já como não bastasse vivemos nessa ilusão, e nessa ilusão permaneçemos, bom para aqueles que vivem "bem", ou sem "peso" que dá na consciência de viver bem vendo como as coisas estão e vendo como tantos outros vivem mal.

E quando assim as coisas se acalmarem talves chege o dia do "juiso final, o dia em que ai sim vamos ser todos cobrados justamente, e pela primeira vez havera acerto de contas de verdade". (Espero que todos tenham entendido que foi uma metáfora)..

Abraços a todos nós brasileiros que não desistimos nunca...

Paskyn disse...

Sabe... A sensação de vergonha de ser brasileiro chega a ser realmente estranha. A gente é criado aprendendo que "Deus é brasileiro" e ouvindo do Papa que se "O Criador é realmente brasileiro, ele (o Papa) é carioca". Não sei não. Quando eu era criança eu achava que Deus devia ser japonês. Ele parecia cobrar tanta disciplina e reverência e ser tão rígido que só podia ter os olhos puxadinhos. Agora eu penso que Deus é como um cidadão do mundo e, é sim, um pouco brasileiro. Pelo menos eu sinto que ele se emociona com as minhas peripécias. Se, por exemplo, ele fosse só inglês e ficasse vendo as minhas macacadas, provavelmente ele torceria o nariz e mandaria um anjo mordomo me retirar do recinto. (Pai do Céu, perdoa se eu estiver blasfemando. Eu tô falando com a maior inocência. Coisa que o Senhor sabe que é raro hoje em dia na minha vida).
Bom, palmas eternas pro seu desabafo meu cumpadi. A gente de vez em quando costuma ter esse pensamento, de que o brasileiro é mesmo muito torpe. Lá em Piri nesse feriadão, eu fiquei olhando aquela quantidade de lojas de artigos esotéricos e indianos e fiquei pensando nas pessoas que os vendem. Será que elas realmente acreditam no poder daquelas pedras, orixás, imagens, incensos ou será que a decoração toda é só para criar um clima favorável à venda de umas camisetas vagabundas com uma estampa do Ganesh por R$38,00? Eu sei que essa doença de transformar qualquer coisa (eu ia falar um palavrão no lugar de "coisa") em produto é típica do mundo capitalista. Mas ela ganha nuances especiais num lugar como o Brasil.
Aí, num final de semana (no meu caso, no sábado)a gente promete (ou proMENTE) que vai se moralizar. Mas aí vem a segunda-feira, aquele engarrafamento quilométrico por conta do horário de verão para o qual ninguém tava preparado, as fechadas, as vacas cujas patas impedem de dar seta antes de ultrapassar, o professor fdp que manda cê comprar um livro caríssimo que cê só vai usar uma vez e apenas um único capítulo, o absurdo dos juros na fatura do cartão de crédito enfim, o dia-a-dia do típico brasileiro que te transformam numa máquina em busca de satisfação pessoal (o que é compreensível, quando se pensa que, se não dá pra ter reforços diretos pelo seu próprio comportamento então a saída é correr atrás dos reforços indiretos).
É isso. Chega de falar. Até porque esse comentário já deve ser maior do que muitos dos posts daqui do Confraria.
Saudações

Marília Gabriela disse...

tb li esse post......ja sabe minha opiniao sobre isso
bjos