terça-feira, 13 de maio de 2008

Ode ao Domingo

"Que maldição repousa sobre ti?
Por que atrais os malogros, oh primeiro dia?
Não deveriam teus momentos serem de felicidade e regozijo?
Não deveriam as crianças brincarem alegres nas tuas manhãs?
Não deveriam as mulheres aproveitarem o teu meio-dia?
E os casais apaixonados não deveriam desfrutar teu pôr-do-sol?

Então por que insistes em ser arauto de maus-agouros?
Por que fazes teus espectadores retornarem acres aos seus covis?
É por que, por natureza, não és comum?
É por que, nas tuas horas, os homens não se ocupam das ações habituais?

É por que o Sol é mais visto no teu céu?
É por que antes adoravam deuses pagãos nos teus ocasos?
É por que em tuas noites, outrora, queimavam criancinhas para satisfazer o vil Moloque?
É por que desejavas que Saturno, o que devorou os próprios filhos, fosse teu patrono?

Que tens?

Por que em ti não há misericórdia?
Por que os abortos, por que os prantos, por que as traições, por que as pragas?
Por que anseias ser trágico?
Por que desejas ser lembrado como o dia da perdição?

Por que não me respondes?
E por que me vitimizas?
Se não tenho saída a não ser esperar impotente,
Até que surjas novamente,
Depois do sétimo dia".

Hammurabi.

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