domingo, 30 de agosto de 2009

O Moto da Vida

Um Cachorro Bravo escreve:

Fazia algum tempo que eu não conseguia chorar, de verdade, por algo que não fosse necessariamente triste. Sabe? Só se sentir emocionado a ponto de chorar.

Enfim, como pra tudo na vida, eu sei que tem uma razão externa que desencadeia reações em mim e que consequentemente geram mudanças no meu mundo. Eu não vou dizer qual é a razão pro meu choro, por que no fim das contas eu acho que ela não é muito importante. O importante mesmo é a reflexão que vem junto com o choro. E a primeira coisa que eu pensei foi:

-Thiago, o que você está fazendo?

Pode ser que essa pergunta já estivesse no meu inconsciente antes de assumir todo esse simbolismo. Muita gente me pergunta isso todos os dias. A minha mãe me pergunta isso. A minha chefe me pergunta isso. A minha namorada me pergunta isso. O Twitter me pergunta isso.

Só que fazia tempo que eu não respondia algo que não fosse substancialmente lacônico como: "eu tô vendo TV", "Eu tô respondendo os e-mails do incompetente de Goiânia", "Eu tô tentando ser engraçado pra você", "Eu tô chutando o cachorro".

Mas indo um pouco além dessa epiderme de vida, tem muita coisa que eu também tô fazendo. É fato que eu tenho vivido como um doente. Eu tenho entristecido minha mãe. Eu tenho maltratado o meu cachorro. Eu tenho bloqueado muita gente no MSN. Eu tenho reclamado demais e feito muito menos.

A vida passa, o vigor cessa e eu tenho agido como se estivesse apenas esperando o meu dia chegar. Eu começo a admitir que eu tenho aspirações imediatistas, como melhorar de emprego e beber cada centavo dos três mil reais que eu vou pagar pela minha formatura. São, como eu disse, aspirações imediatistas em vez de sonhos e projetos. Esse estilo de vida tem afastado boas pessoas que realmente importam e atraido outras tão hedonistas quanto eu.

Eu agradeço então a Deus pelos bons amigos que ainda me cercam e para os quais eu sei que sou realmente inestimável. E assopro a poeira de sobre os sonhos que eu enterrei em algum lugar do esquecimento.

Eu quero sair de Brasília mas não pode ser apenas por puro asco da cidade. Tem que ser por que eu quero a qualidade de vida que eu não consigo ter aqui. Independente dos obstáculos presentes, eu sei que é possível que eu me especialize na área que me traga maior realização profissional. Eu quero ir a São Paulo com tempo suficiente pra encontrar o Lucas e bater um bom papo tomando aquela cerva. Eu quero me sintonizar com a pessoa certa, que talvez eu já tenha encontrado, e só precise ficar aberto para o que ela quiser me oferecer.

Por hoje já foi muito bom ter revisto o Pepe e ter esboçado a composição de uma música com ele e o Fernandinho. Foi ótimo saber do nascimento do bebê do Andy e foi muito bom ter tido esse facho de reflexão.

Agora tá na hora de dormir. Mas eu quero amanhecer com esse mesmo espírito pra encarar a vida tendo dentro de mim um dia ensolarado, ainda que lá fora arme-se uma tempestade.

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