quarta-feira, 28 de novembro de 2007
matéria interessante - Ato II
Britânica de 24 anos tem 200 orgasmos por dia
A britânica Sarah Carmen, 24 anos (foto), que sofre de uma síndrome rara, tem 200 orgasmos por dia, ou seja, um a cada sete minutos. Em entrevista ao jornal "News of the World", ela contou que qualquer coisa a faz chegar ao clímax, como o barulho do trem, ou o som do secador de cabelo.
Durante a entrevista, de 40 minutos, Sarah afirmou ter tido oito orgasmos. Ela sofre da Síndrome de Excitação Sexual Persistente, que leva ao aumento do fluxo sanguíneo para os órgãos sexuais causando excitação por grandes períodos, mesmo sem que haja estímulo sexual.
"Quando começou, aos 19 anos, meu namorado estranhou a quantidade de orgasmo que eu atingia durante a transa", contou ela. "Muitas vezes queria ter o número necessário de orgasmos para acalmar-me. As vezes, queria ter uma vida normal".
Sarah contou também que dispensa convites para ir a locais públicos com música alta e muita agitação. Ir à bares ou clubes barulhentos está fora de questão porque as vibrações a deixam doida. "Tenho que encontrar bares quietinhos. E eu tenho mais orgasmos quanto mais eu bebo, porque me relaxa, então eu tenho que beber muito pouco agora.
A situação mais hilária de orgasmo foi enquanto ela respondia a um questionário de pesquisa de mercado. "Eu tive um orgasmos na frente da pesquisadora. Ela sabia o que estava acontecendo e me olhou estranho. Eu tentei explicar que não podia ajudar, mas eu estava gemendo tanto que tive que sair andando".
Sarah está fazendo tratamento e segundo os médicos não há uma explicação científica provada para o problema dela. O mais provável é a infecção da região pélvica que pode estar estimulando os nervos do clitóris. Informações de O Dia.
fonte: Jornal O Dia.
obs.: se o Thiagão invadir isso aqui desço a porrada nele.
domingo, 25 de novembro de 2007
matéria interessante - Ato I
tá explicado.
então o ideal é olhar durante 15 minuntos, mais do que isso pode fazer mal pro coração.
Obs.: existe a palavra "justificação"? só...
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Interrompemos esse post para uma notícia urgente:
-Um artigo do INCOR-SP admite o efeito protetor do consumo moderado de vinho tinto. De acordo com o Instituto, o uso moderado de vinho tinto está associado com a redução da mortalidade e das hospitalizações por Doença Arterial Coronária.
Fonte: Site do INCOR-SP (http://www.incor.usp.br/conteudo-medico/geral/vinho%20e%20o%20coracao.html)
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Pois bem. Se depender da Confraria dos Bravos nenhum homem vai morrer de infarto.
Fidel, me perdoa a intromissão. Hehehehe!!!!
T. Cardoso, o Hammurabi
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
opa neném
Quem é e quem não é abitolado?
Bah, existe tanta submissão, "lavagi celebral", e eu acho isso um saco. Muitas pessoas pensavam que a faculdade seria algo diferente do que é.
Isso é irritante. Eu não saio por aí gritando as minhas crenças, pq tenho q ler as bobagens alheias?! Sempre tem abitolado. Um indivíduo que coloca foto do escudo do time no profile do orkut ou algo do tipo "positive vibrations".
E aí em todo lugar q vc vai tem um individuo com uma biblia querendo apertar a sua mão e impor a crença dele sobre a dos outros. Assim como eu agora imponho as minhas vontades. Até que num dia desses eu comendo meu cachorro-quente com amigos, naqueles fins-de-noite e eu quase chorei de tanto segurar o riso. Tudo porque eu feri uma das regras básicas para você evitar o riso na hora errada. Já explico abaixo.
É o seguinte:
Quando você está acompanhado de várias pessoas e uma delas diz algo e só você tem muita vontade de rir até chorar, e o momento não é apropriado pra isso.
O que devo fazer?
1º - Concentração: você deve se morder ou algum outro modo de se machucar (nada de masoquismo, mutilação, tô falando de algo leve, saudável) como pisar no próprio pé, morder o dedo ou o lábio. Apenas para tirar o foco do riso.
2º - Evite contato visual: Evite olhar nos olhos dos outros, não olhe para as pessoas ao seu redor. Se uma delas estiver com vontade de rir também, pode ser pior. Ou ela pode rir pela sua cara tb.
3º - viaje: olhe para as paredes, veja os detalhes de onde você estiver, comece a pensar em coisas diversas como a formação do seu time de futebol. qualquer coisa que tire seu pensamento do assunto que te faz rir.
4º - Banheiro: peça para ir ao banheiro, ou algum lugar longe de onde você estiver para poder rir muito sem ser ouvido.
Esse manual é do video: Como parar de rir em um momento inapropriado. É em inglês, porém, com o que eu escrevi você não precisa entender inglês para ver o video, ele é muito bom e vale a pena assistir.
Quer assistir? Clique aqui!
Voltando, achei que talvez a faculdade fosse um lugar com pessoas de cabeça aberta e tal. Até que no início do 2º semestre ouvi uma grande bobagem, Uma senhora, ao ouvir falar de transtorno bipolar soltou o infeliz comentário "isso é falta de mulher!". Nessa hora eu tive vontade de matar ela.
E cheguei a seguinte conclusão:
A função do psicólogo é ajudar a manter os preconceitos.
(não que seja, mas é o que ocorre).
Viva o preconceito.
fodam-se todos, já que ninguém foge do preconceito/rótulo. Só falta o barulhinho do caixa do mercado quando passa o código de barra. pí.
Todo homem é galinha/ sem-vergonha
Toda mulher dirige mal.
Bebês são fofos.
Crianças são hiperativas.
Adolescentes = aborrecentes
"Os adultos não me compreendem" (falou o adolescente)
Mas os adultos sempre têm razão.
Enquanto os adolescentes também não entendem os adultos.
Os idosos são repetitivos.
"filho é que nem peido, você só gosta do seu!"
"pai só fala merda!" (Cidade de Deus, filme)
loira e burra é pleonasmo
"loira é pra comer, morena é pra casar"
mulheres amadurecem mais cedo que os homens.
mulher que chora é fraca e isso é inaceitável.
homem que chora, é sensível e isso é tããão bonito.
pí.
pí.
obs.1: o título foi uma frase do professor Fred no sábado passado.
obs.2: são 5 e meia da manhã e tô acordado desde as 2 e meia da manhã. Que legaaaal!
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Ah!!! Se eu não ia dar uma soprada nela!!!
Fora o inconveniente de ter aquelas pessoas batendo palmas e cantando aquela musiquinha fuleira, outros motivos me levam a fugir da presença da família e dos amigos nessa época do ano:
-Eu faço aniversário num dia 24. Esse é o número que representa o veado no jogo do bicho. Além disso, a fonética do número é similar a frase "vi de quatro", que remonta à observação de uma posição de, digamos, sujeição. Eu não vou nem entrar no mérito da questão, se é que existe algum, por que minha orientação sexual foi muito bem encaminhada pela angelical prima Fabrícia. Hoje casada e com uma filhinha linda, mas trazendo na bagagem das experimentações da puberdade a minha inocência. (caramba, isso foi lindo! Poético!)
Bom, existem pessoas que nunca ouviram essas explicações e apenas caçoam dos desafortunados que têm atrelados a si, algo relacionado a esse número. Pode ser o número da casa, do celular, da data de aniversário, da senha de atendimento no Giraffa's. O que importa é achar um infeliz com a raiz quadrada de 576 e chamar de baitola. Na quinta série, a molecada costumava contar a ordem dos nomes enquanto o professor fazia a chamada. Só pra ver quem ia ficar com a alcunha de viadinho;
-Há oito anos atrás, minha mãe resolveu fazer uma festa aqui em casa e chamou praticamente todos os meus amigos e familiares daqui do DF pra participar da festa. O problema é que algumas horas antes do "Parabéns pra você" minha irmã caçula começou a passar mal e teve que ir pro hospital. E eu fiquei sozinho no meio daquele famigerado de gente, com o "Ti Chaga" (pra quem não entendeu o chamamento infantilizado, Tio Fracisco das Chagas) solidáriamente com a mão na minha cabeça, dizendo pra eu ficar bem. Minha irmãzinha estava com Hepatite e acabou ficando internada por mais de um mês. Depois disso eu fiz minha mãe jurar que nunca mais faria uma festa de aniversário pra mim.
Enfim, deu pra entender o meu trauma.
Mas além disso, eu penso que um outro bom motivo pra eu não gostar da festa com bolo e velinha é por que nunca fizeram uma surpresa dessas pra mim.
Eu não ia espalhar só o creme no corpo dela não. Eu ia chamar ela pra brincar com a minha língua-de-sogra. Ahhhh se ia!!!!!!!
sábado, 10 de novembro de 2007
O pensar representacional
Parmênides, fr. 3.
Pois bem, tomar a língua portuguesa como desempenhativa de função social não é senão confronta-la consigo mesma – suas variações – e com outras línguas; e aqui aflora a dimensão política do uso da linguagem.
O Português é a língua oficial de vários países, e nestes há uma gama de dialetos. No Brasil, por exemplo, o falar sulista é diferente do falar nordestino; no português europeu nota-se também as diferenças dialetais, veja-se os falares de Lisboa e São Miguel que num diálogo beiram a incompreensão. São características que as regiões desenvolvem culturalmente com a linguagem. Desta sorte, não há uma língua portuguesa ideal, mas o português que nas suas diversas formas de dizer expressam a aura de um grupo de pessoas, e que se distinguem duma padronização absoluta. E certamente isso vale para os assim chamados estrangeirismos.
Ademais, o choque de civilizações é claramente um confronto de idéias, de “visões de mundo” – para usar a expressão vinda do alemão Weltanschauung – diferentes. Em última instância, o que temos são contatos culturais. Ou seria imposição cultural? A História nos testemunha que houve muitas tentativas de se impor um modo de pensar. Todavia, tiveram bastantes derrotas neste sentido. Ora, isso põe em relevo a comunicação humana. Ao “chocar-se” com outras culturas, e especificamente com outras línguas abre-se a oportunidade de incorporações terminológicas que transcriadas ou processadas antropofagicamente geram inovadores pensamentos, manifestação cultural identitária, mas sincrética. A língua portuguesa vernácula, por mais originalidade que possa oferecer, não pode se fechar em si mesma, ser imutável, já que existem línguas outras que possibilitam verter pensamentos originários, isto é, um português à lá alemão, inglês, árabe, chinês, espanhol, e por que não o português à lá português mineiro, alagoano, lisboano, açoriano.
De resto, pensar pelo português é pensar com outros idiomas, num constante diálogo intercultural, então pessoal.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
PSICOLOUCOS
Eu me amarro em percepção, que é como chamamos no IESB a disciplina Processos Senso-Perceptivos que o Professor Sérgio Henrique Alves leciona pro 4º e 7º semestre do curso de psicologia. Na verdade, eu acredito que não vou usar nada do que eu aprendo dessa disciplina numa futura atuação profissional, seja qual for o ramo em que eu ingresse. Salvo se daqui até ao final do curso eu tenha uma revelação à Là Saulo de Tarso e passe a reconhecer o real valor da psicobiologia (ou psicoboiologia) no estudo, previsão e controle do comportamento humano. Apesar disso, as aulas do Serginho têm me sido de grande utilidade na hora de compreender certos fenômenos corriqueiros e fúteis, mas que, de vez em quando, me roubam um pouco da atenção. Aqui eu vou retratar dois excelentes exemplos da importância da ciência da percepção na vida cotidiana. Acompanhem-me.
Percepção e passe livre para o Motel: Uma introdução.
A pupila é o componente ocular retrátil responsável pela proteção da retina, nervo óptico e demais mecanismos intraoculares quando da alteração da incidência de luz. No entanto ela também reage à estimulação oriunda do córtex cerebral quando certos neurotrasmissores relacionados às emoções são ativados.
Trocando em miúdos.
A pupila não contrái e dilata apenas quando há mudança de luminosidade. Ela também exibe o mesmo comportamento quando estamos com medo, alegres, tristes ou mesmo apaixonados.
Então malandro, da próxima vez que você sair com uma gatinha à noite, proceda da seguinte forma:
1º passo: Leve a moça a um lugar com iluminação fraca. Um restaurante à meia-luz, por exemplo.
2º passo: A título de tornar o encontro mais romântico, acenda velas. Na penumbra a pupila dilata-se. Com a luz da vela, ocorre uma leve contração.
3º passo: Preste atenção nos olhos da moça. Repare no diâmetro de dilatação da pupila.
4º passo: Fale coisas românticas e alterne com assuntos mais "ousados", de cunho sexual.
5º passo: Caso a pupila da moça se dilate ainda mais após ouvir suas cantadas, feche a conta e leve a moça pra um... você já sabe onde...
Percepção e falsos cognatos auditivos:
Trocando "alcinha" por "calcinha".
Outro dia, numa sexta-feira, estava eu absorto na sala durante a aula do Dr. Guto.
Àquela hora da manhã eu estava pensando em muitas coisas como:
-a viagem que faria no próximo feriadão;
-o que eu faria no fim-de-semana;
-se iria almoçar na Cantina da Branca ou no Asa Gaúcha;
-quais e-mails pornográficos do Adan seriam pra consumo próprio e quais eu poderia repassar e;
-em como a filha de uma amiga da minha mãe tinha ficado gostosa.
Do meu lado estava o Paulinho falando no quanto ele estava apaixonado pela Kaká e em como o pé dele estava descamando.
E eu lá, no Nirvana nível II.
De repente uma coisa que eu achei ter ouvido do Dr. Guto me "chupou" de volta à realidade. Me chupou mesmo! Foi como se eu tivesse ouvido aquele "SCHUAAAAAARRRPPPAAA!!!" que me succionou do mundo-da-lua direto pra 2ª cadeira da 1ª fila próxima à porta da sala JC6.
O que eu ouvi? Eu ouvi exatamente isso:
-A menina estava provocante de calcinha.
Por alguns segundos, não mais que alguns segundos, eu fiquei me perguntando quando foi que a aula de análise do comportamento sobre a formação de contingências de reforço dentro do comportamento verbal tinha descambado pro vestuário íntimo feminino.
Nem bem respirei, indaguei:
-Calcinha???? Calcinha de quem????
O Paulinho olhou pra mim e começou a rir macabramente. As tigretes, a Poderosa e o Dr. Guto também.
-Que calcinha rapaz! Eu disse que ela estava usando uma blusa de alcinha! A-L-C-I-N-H-A!!!
(...)
Dr. Serginho responde.
O estímulo auditivo não chega no mesmo instante às duas orelhas. Fatores ambientais como o posicionamento da cabeça e ruídos interferem na velocidade de chegada do som a cada aparato externo auditivo e fatores internos como motivação, pré-disposição mental e dominância perceptual interferem na compreensão do estímulo percebido. Dessa forma, o estímulo auditivo de baixa frequência sonora que se propaga chegando ao canal auditivo mais próximo de uma pessoa que esteja desatenta poderá ser compensado pelo cérebro e, em caso de divergência entre o estímulo físico auditivo real e a compensação fornecida pelo cérebro, o ouvinte compreenderá de forma errônea a mensagem que lhe foi veiculada.
Trocando em miúdos II.
Quando se está voando durante uma conversa e parte do assunto desta conversa é relevante dentro do rol de interesses de uma pessoa, pode acontecer de a informação ir parar em sua maior parte em apenas uma orelha, por que assim como acontece com as mãos e os olhos, nós elegemos uma orelha como a dominante. Assim, a informação que estiver incompleta será compensada por conteúdos da mente do ouvinte e sofrerão influências dos interesses deste para a sua compreensão final. Ufa!
Um outro exemplo deste cômico fenômeno nordestinamente chamado de "malovido" aconteceu comigo novamente em outra ocasião (é, isso é uma constante na minha vida), numa visita ao Varjão. Eu estava no Centro do IESB em Ação e perguntei à moça que toma conta do Centro por que a cidadezinha tinha sido batizada com esse nome: Varjão do Torto.
Ela me explicou que o "Torto" vem da proximidade que o lugar tem da Granja do Torto, onde fica uma das residências oficiais do Presidente da República. Agora o nome Varjão, vem da vista aérea do lugarejo que lembra uma "varginha" (sic).
De novo eu não pensei antes de retrucar:
-O que???!!!!! Lembra uma vagina?????????!!!!!!!!!!
domingo, 4 de novembro de 2007
The Day After
O que faz com que num instante a gente perca a cabeça? De repente uma coisa que tinha tudo pra dar certo termina em confusão, dor de cabeça, maxilar quebrado, empurra-empurra, mal-estar...
Prudência tem muito a ver com domínio próprio, se é que não são sinônimos. Um homem prudente deveria ser aquele que engoliu um manual de convivência humana. Isso não quer dizer que ele nunca erre. Mas sim que sabe contornar os erros sem torná-los maiores do que eles devem ser.
Bom Senso
Como saber a hora de parar? Parar de beber, de fumar, de brincar, de chorar, de rir, de odiar, de amar, de tanta coisa...
No instante em que se olha nos olhos de alguém e se percebe que a retina desse alguém reprova tua ação. Ainda que os lábios digam o contrário.
Paciência
Muitas vezes, por mais que se pense o contrário, não é com os outros que não costumamos ter paciência. Quando a gente quer, depois de um suspiro demorado, acaba não sendo muito dificil aturar alguém insuportável (ainda que esse alguém não SEJA insuportável mas ESTEJA insuportável).
Só que aturar a si mesmo deve ser uma arte. A não ser pra aquelas pessoas que sequer param pra pensar sua própria conduta. É difícil tolerar a si mesmo, admitir os próprios fracassos, as próprias debilidades.
Pode ser muito saudável de vez em quando ficar sozinho, parar, respirar fundo e reconhecer os próprios limites não como algo que diminua. Mas como algo que torna humano.
Disciplina
Estar disposto a aprender. Aberto a experiências novas, a novos rostos, novos sorrisos, novas paixões, novos amigos, novas conquistas, novas derrotas. Enfim, aprendizado de vivência.
Contudo, dentro de uma ordem. Por mais que seja tentador, não dá pra viver de caos. Temos uma única vida. Uma única chance. Que me perdoem os que pensam o contrário.
Mas cada dia é um dia de juizo pra cada um de nós. Não sabemos o que pode nos acontecer daqui a dois segundos, dois minutos, duas horas, dois dias, dois meses, dois anos, duas décadas.
Então, por que desperdiçar o valioso dom da existência com coisas que, lá no íntimo, sabemos que não vão nos levar a lugar algum? Errar é necessário. É saudável. Mas não precisa ser a regra.
A música que toca agora é Vamos fazer um filme do Legião. Random do Media Player. Parece que tem alguém concordando comigo.
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
contos diversos III
I - Velhice
Tudo mudou, as metas, que deixam de ser: acabar a 5ª série, ou chegar ao 2º grau. Ou nos hábitos. Eu não sento mais em um banco de shopping, olho pros casais e comento com os amigos que "um dia, nós que teremos namorada". Os meus 13 anos já se foram. E agora quando eu lembro deles, eu percebo que já faz um tempo que essa idade passou.
Mas tudo passa lento, devagar, imperceptível. A emoção de sair do colégio e entrar na faculdade é tão mínima que tirou meu sono só durante uma noite. E o curso anda lento. Durante o primeiro semestre sempre me perguntavam "Como está o curso?" e eu pensava "deve estar bem, com tantas introduções à outras coisas, deve estar sim!" mas responde "bem..".
Antes o vizinho andava de skate na porta da sua casa, batia a bola no seu carro e todo dia o alarme disparava, só pra encher o saco. O outro, putão, tocava bateria o dia inteiro, e esse nem sei mais se existe. Agora um dos meus amigos quer ser juíz, o outro promotor e tem o Luquinhas que já está até morando sozinho!!! Eu também não preciso mais ligar pro meu pai pra ele me buscar no shopping ou ligar para o tio Marco porque a festa acabou num sábado de madrugada.
Agora saímos sós e pagamos a conta.
E um desses dias que eu fiz mais uma retrô da minha vida, lembrei de quando eu era pequeno e minha mãe queria armar um barraco em algum restaurante pelo mal-atendimento e eu sentia uma vergonha danada e uma vontade de ir embora, me esconder. Hoje em dia quem me faz passar vergonha são meus amigos, reclamando dos 10% do bar, ou mostrando ao mundo a poderosa habilidade de saber gritar em público, D.R.² no meio do bar com o namorado, e aí se você pede pra falar mais baixo, a situação piora com algum grito de "que é? eu falo alto onde eu quiser!" e aí você entra debaixo da mesa e não sai de lá até o sol nascer.
e aí tudo que seu pai ou tio já falou algum dia e você reprovou, passa a seguir. Apesar de antes, ignorar muito pelo fato daquilo tirar sua ilusão de que o mundo é bonito.
também sinto a idade nas vezes que acordo durante a noite. isso responde algumas perguntas.
Rogers¹ - fazendo campanha de conversão.
D.R.² - sigla de Discutindo o Relacionamento.
Certo dia fui fazer a minha carteira de trabalho na rodoviária, o meu estágio exigira. Era uma segunda-feira de manhã.
Voltei em casa, fruto da decepção de não poder usar a carteira de motorista no lugar da identidade, lenda urbana que sempre foi verdadeira em episódios anteriores da minha vida.
Ao retornar ao local, fiquei impressionado com a velocidade do atendimento, em menos de 5 minutos após eu ter chegado lá, veria que já estaria me comunicando com a minha mãe para saber onde ela estava. E mais tarde descobriria que ficaria as próximas 2 horas esperando ela na frente de uma loja no shopping.
Mas o que iria me impressionar estaria ali, entre aqueles poucos minutos que permaneci lá dentro do “Na Hora” (nome do lugar).
Ao sentar a frente de uma senhora muito simpática, fui ouvinte de uma conversa muito interessante entre a mesma e o atendente ao lado. O rapaz ao lado que começou:
- Que pena que o final de semana acabou.
- Foi bom o seu final de semana?
- Foi ótimo, mas gostaria que já fosse sexta-feira.
- Por que?
- Pra curtir, ué. Sair, por mim a semana passaria mais rápido.
E foi aí que veio a lição de moral da senhora simpática, enquanto grampeava papéis que logo em seguida formariam a minha carteira de trabalho.
- Pra que a pressa? Querendo viver os finais de semana? Cada dia que passa, você mais velho fica. Viva cada dia, aproveite. Não fique aí só esperando o final de semana chegar. Pois é sempre um dia a mais e um dia a menos.
sentir-se bem.
é sobre isso que falamos a respeito.
apesar de toda a introspecção, todo o orgulho, egoísmo e preconceito do nosso dia-a-dia.
a vida deveria falar disso.
se sentir bem.
IV - Golfando
Quanto mais abertos meus olhos ficam, menos eu quero enxergar.
O mais fundo que respiro, mais sem ar eu me sinto.
Ninguém se salva.