segunda-feira, 23 de junho de 2008

Galvão, filma eu!

Um Cachorro Bravo escreve:

Eu sou daquele tipo de cara que evita falar nas rodinhas sobre futebol. É por que eu não acompanho o esporte com a freqüência que se requer de um autêntico brasileiro. Não sei dizer escalação de time nenhum, nunca vi um jogo do Rivelino, não sei se o Cristiano Ronaldo marcou algum gol no última partida de Portugal e nem que time o Luxemburgo tá treinando. Me limito a ver as partidas da Seleção e do meu time do coração, o Mengão, e a xingar quando vejo alguma cagada. Somente.
É pouco, eu admito. Mas eu não me sinto menos macho por isso.
Essa postura tem pontos positivos. Tem um amigo meu que disse uma vez que, no Brasil, o principal esporte é o volei. Quando alguém estranhava e questionava se não era o futebol, ele explicava:

-No Brasil o futebol não é um esporte. É uma religião. As pessoas vão aos estádios (templos), torcem por seus times e jogadores (ídolos) e algumas são capazes de matar e morrer por eles.

Considerando um ou outro exagero, eu não acho que ele esteja errado. E adotar a postura que eu tenho faz com que eu seja menos propenso a ser ludibriado e perca tempo, paciência e cabelos discutindo questões que são bem pouco úteis no fim das contas. E cada vez que eu paro pra ver algo nos bastidores do futebol, meus comportamentos em relação a isso acabam por ser reforçados.
Um exemplo disso veio no último jogo do Brasil.
Tá legal. Eu também xinguei o Dunga de burro e imbecil.
Mas uma coisa que aconteceu alguns dias depois me chamou a atenção. O Dunga deu uma entrevista por telefone pro jornalista da Bandeirantes e, durante a conversa, logo no início, disse que tinha cortado os privilégios da Tv Globo e isso tinha atraído a ira de muita gente da "poderosa". Ele também falou que não tinha se sentido atropelado pelo Ricardo Teixeira por este ter convocado antecipadamente o Ronaldinho Gaúcho para as Olimpíadas, o que contrariava um critério adotado por Dunga que era não chamar ninguém que estivesse sem jogar. Além disso, falou que o Ronaldinho, se quisesse fazer parte do time, teria que treinar muito e viajar de classe econômica. Como qualquer jogador.

A entrevista tá aqui, pra quem quiser ver.

Aí no domingo de manhã, eu acordo com uma azia desgraçada e pra animar meu dia, eu vejo o Régis Resing entrevistando o Ronaldinho Gaúcho. Com direito a trilha sonora emotiva, Ronaldinho Gaúcho com cara de bunda e mãos em posição de meditação e, tcha-raaaaaaaaaam!!!, jatinho particular.



Regis Resing:
-Ronaldinho Gaúcho só fica à vontade sentado no banco se for assim. Numa poltrona confortável, como a deste avião, que está levando Ronaldinho Gaúcho para o jogo Brasil X Argentina, em Belo Horizonte.

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Meu comentário:
Ah! Vai tomar no c******!!!!!!!!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Lendo este texto me veio a mente o seguinte: Algumas pessoas torcem pra times de futebol por medo, assim como algumas pessoas ainda têm religião, ou seja, por medo.

Explicando melhor: Se eu não torço pra time algum, se não sei de futebol, fico marginalizado, a mercê de piadinhas e pegações no pé.

O cara às vezes quer ser ateu mas não o é pelo medo de ir para o Inferno ou de ser recriminado.

É duro saber que o cara só descansa em poltronas confortáveis, eu por exemplo tenho que descansar em ônibus lotado, em filas de bancos, em maca de hospital e ser tratado como um cachorro, e mesmo assim não estou fazendo cara de quem é digno de dó, pois tenho capacidade de lutar e vencer as adversidades!

Tenho dito!

Cristiano Vieira
www.cafecomamigos.com.br

Paskyn disse...

Boa Cristiano.
Respeito a sua opinião. Eu sou cristão e nunca foi por medo que eu me declarei assim.
Mas é bem verdade que muita gente ainda tem religião pelo simples fato de ter medo do inferno ou da discriminação social.
Mas que eu passei a gostar menos desse rapaz aí, isso eu passei.